Nesta quarta-feira, 11 de Setembro de 2013, houve mais uma reunião de negociação com a presença do REItor Julio Cesar Durigan, da vice-REItora Marilza Vieira Cunha Rudge, do chefe do gabinete Roberval Daiton Vieira, de assessores e de nove representantes discentes da categoria estudantil dos campus de Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu, Franca, Marília, Ourinhos, Rio Claro e São Paulo.
Esta reunião foi realizada a pedido dos representantes discentes no Conselho Universitário, do dia 15 de Agosto, para que os acordos anteriormente firmados com a REItoria sejam encaminhados, o que não estava ocorrendo até então.
Os representantes discentes elaboraram então uma lista com oito itens que seriam discutidos nesta negociação em consonância com as negociações realizadas anteriormente. A pauta elencada foi:
2) Bolsas garantidas em ocupação da REItoria;
3) Casas de aluguel;
4) Comissão Permanente de Permanência Estudantil (CPPE) e Coordenadoria de Permanência Estudantil;
5) Pautas locais;
6) DCE e Custeio do CEEUF e CEUF;
7) Política de Acessibilidade;
8) Representação Discente (Negociações e Conselho Universitário).
Ao início da reunião, REItor Durigan pediu uma inversão de pauta para que discutíssemos primeiramente a Comissão Permanente de Permanência Estudantil (CPPE) e a Coordenadoria de Permanência Estudantil, ambas aprovadas no último Conselho Universitário. Assim sendo, nossa pauta deu-se na seguinte ordem:
1) Comissão Permanente de Permanência Estudantil (CPPE)
O REItor ressaltou a necessidade da comissão iniciar imediatamente seus trabalhos, já com os representantes das três categorias devidamente indicados e oficializados junto à REItoria. Mediante isto, a REItoria reconhece nossa representação tirada no CEEUF realizado em Marília nos dias 21, 22 e 23 de Junho. As demais categorias já estão viabilizando suas representações na comissão.
Foi pontuado que a comissão terá um presidente eleito pela própria, sendo que este ficará responsável por questões organizativas desta comissão, como, por exemplo, marcar as reuniões. É importante destacar que esse presidente poderá ser qualquer um dos 15 membros, ou seja, de qualquer uma das categorias. A coordenadoria, por outro lado, terá um trabalho executivo nesta comissão, como levantamentos técnicos e levando as demandas aos órgãos colegiados da universidade.
Aproveitando a oportunidade, o REItor anunciou a indicação do Coordenador de Permanência Estudantil: o professor Mário Sérgio Vasconcelos do departamento de Psicologia Evolutiva, Social e Escolar da UNESP–Assis. Coincidentemente o professor Mário Sérgio encontrava-se na REItoria naquele momento e o mesmo foi convidado a participar da reunião para se apresentar para os estudantes.
O professor Mário Sérgio ressaltou a importância de um bom relacionamento do coordenador com a categoria estudantil. Segundo o professor é de extrema importância que o tema da Permanência Estudantil tenha autonomia financeira e política e enalteceu a composição da comissão, sendo ela uma das primeiras comissões paritárias da UNESP.O professor mostrou-se à disposição dos estudantes para qualquer dúvida e comprometeu-se estar presente em nosso próximo CEEUF em Franca e quem quiser contatá-lo poderá fazê-lo pelo e-mail: vasconassis@assis.unesp.br.
2) Repressão e Processos
Elencamos o tema sobre os 113 estudantes qualificados após reintegração de posse da ocupação da REItoria no dia 17 Julho, sendo que a vice-REItora, em exercício da REItoria na ocasião, comprometeu-se em arquivar os processos caso nossas greves acabassem. Neste dado momento, todas as greves estudantis chegaram ao fim, porém a REItoria afirmou que vai continuar com os processos.
O REItor Durigan fez a indecente proposta de que ele somente retiraria os processos caso os representantes ali presentes assinassem um documento garantindo que não haveria nenhuma ocupação em nenhum espaço da UNESP ou, inclusive incitar algo do tipo. Além dos representantes discentes não poderem responder pela categoria estudantil sem consulta prévia, foi afirmado pelos mesmos de que somos completamente contra este tipo de proposta. Reafirmamos que esta é uma ação repressora por parte da REItoria que deseja PUNIR um movimento que visa dar condições de acesso e permanência à classe trabalhadora que, historicamente, é excluída deste espaço!
Os estudantes também colocaram os casos de repressão que estão ocorrendo nas unidades devido ao movimento de greve que ocorreu e a REItoria limpou as mãos com relação aos casos, colocando que isto não é de sua alçada. Ou seja, fica claro a conivência da REItoria para com estes casos de repressão para com o movimento estudantil!
3) Bolsas garantidas em ocupação da REItoria
Na primeira ocupação da REItoria, no dia 27/06, houve acordo de repasse de 447 bolsas BAAE I e 36 auxílio aluguel para as unidades. Porém, tal acordo só foi cumprido dois meses e meio depois, isto é, no dia da negociação em 11 de Setembro de 2013.
4) Casas de Aluguel
Como acordado em reunião do dia 22 de Julho, junto à vice-REItora Marilza, a REItoria comprometeu-se em executar um estudo orçamentário para política de casas de aluguel para os campus de Ourinhos e São Vicente, como ação emergencial. Todavia, a REItoria reafirmou que é contra a política de casas de aluguel para estudantes e que trabalha somente com seu miserável auxílio aluguel de R$160,00, demonstrando o quanto esta REItoria está alheia à realidade do estudante socioeconomicamente carente que adentra nessa universidade.
Além dessas ações emergenciais, ficou acordado que a CPEU’s iriam realizar um estudo sobre a demanda excedente por moradia estudantil nas unidades para que ações emergenciais sejam realizadas. Novamente, este acordo não foi cumprido por parte da REItoria, transferindo esta responsabilidade à Comissão Permanente de Permanência Estudantil.
5) Pautas Locais
Os representantes afirmaram, conforme acordado em negociação com a REItoria no dia 22 de Julho, que haveria uma reunião entre REItoria, discentes e diretores das unidades para o encaminhamento de muitas pautas locais que ficavam em um jogo de ping-pong entre REItoria e as direções, na qual nenhuma das partes assumia a responsabilidade dos problemas. Por fim, tirou-se como encaminhamento a proposta do professor Durigan de que o próximo Fórum dos Diretores tenha a presença da categoria estudantil e do próprio REItor para que fique claro qual instância poderá dar encaminhamento às pautas.
6) DCE: Custeio do CEEUF e do CEUF
Os representantes iniciaram este ponto reafirmando a legitimidade de nossos espaços de deliberação, como o CEEUF e o CEUF, os quais são espaços máximos de deliberação dos estudantes.
A REItoria demonstrou, por outro lado, certa euforia pela legalização de nosso Diretório Central dos Estudantes (DCE), como enunciado pelo REItor: “Quando este DCE estiver legalizado, iremos soltar rojões na REItoria”. Reafirmamos, portanto, que esta discussão sobre a legalização ou não do DCE somente será possível pela categoria estudantil em seus espaços próprios de deliberação e que para isto é necessário que a REItoria apoie financeiramente, com transporte e estrutura, a realização de nosso CEEUF em Franca. O REItor Durigan se comprometeu a buscar junto às unidades a liberação dos ônibus para o transporte dos estudantes para o próximo encontro.
7) Política de Acessibilidade
Em reunião de negociação, no dia 22 de Julho, a REItoria se comprometeu que houvesse um estudante de engenharia para acompanhar as obras de acessibilidade.
Nesta última reunião a REItoria se comprometeu em que um estudante das engenharias possa estagiar na APLO (Assessoria de Planejamento e Orçamento) para acompanhar os projetos de acessibilidade que ocorrem na UNESP, sendo este estudante preferencialmente do campus de Bauru, pois o escritório da APLO encontra-se nesta unidade. Tal representante também será eleito no próximo Conselho de Entidades Estudantis UNESP-FATEC (CEEUF) e, posteriormente, seu nome será encaminhado à REItoria.
8) Representação Discente (Negociações e Conselho Universitário)
Os estudantes reafirmaram que a representação discente nas negociações e no Conselho Universitário será escolhida, unicamente, pelos estudantes em seus espaços historicamente legitimados de deliberação como o CEEUF e CEUF. Não aceitaremos imposições da REItoria sobre a nossa representação!
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A postura da reitoria demonstra claramente a política vigente em nossa universidade: Repressão e exclusão! Depois de quatro horas de negociação a REItoria se nega a arquivar os processos de uma reintegração de posse ilegal, irregular, contraditoriamente ao diálogo com os estudantes que esta gestão diz tanto prezar.
Após um movimento de três meses em greve estudantil a REItoria dá suas migalhas, negando-se a resolver de forma efetiva a crise desta universidade que perpassa no tema da permanência estudantil.
Os representantes discentes pontuaram, como aconteceu em todas as reuniões de negociação, que este movimento é somente um enunciador de uma crise maior e mais profunda nesta universidade e que estas ações mínimas e emergenciais não resolvem sequer o problema atual e que, com certeza, agravar-se-á nesta universidade.
A resposta da REItoria ao dizer que “estamos buscando recursos” muito intriga a classe estudantil, devido as já existentes parcerias público privado e em contrapartida o loteamento da universidade pública com sua consequente e gradual privatização.
QUEREMOS MEDIDAS EFETIVAS!
FORA CAPITAL PRIVADO, UNIVERSIDADE PÚBLICA E GRATUITA PARA TODXS!!!
A LUTA CONTINUA!!
DCE "Helenira Resende" - 15 de Setembro de 2013
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